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Samuel Rosa reprocessa levadas e tons do cancioneiro do Skank em álbum solo

Disco é bom, mas não representa um novo começo de era na obra do artista, autor das dez músicas.
  • Categoria: Noticias
  • Publicação: 04/07/2024 20:26
  • Autor: Por Mauro Ferreira

Capa do álbum ‘Rosa’, de Samuel Rosa — Foto: Arte de Stephan Doitschinoff


Resenha de álbum

Título: Rosa

Artista: Samuel Rosa

Edição: Sam Music

Cotação: ★ ★ ★ 1/2

 Rosa, recém-lançado primeiro álbum solo de Samuel Rosa, mantém o artista vinculado à sonoridade do Skank, banda mineira que revelou em 1991 esse cantor, compositor e guitarrista mineiro nascido em Belo Horizonte (MG) em 15 de julho de 1966. E essa sentença não deve ser interpretada como demérito do disco posto em rotação na noite de 27 de junho.




A aridez que conduz Ciranda seca (Dinorah) ao sertão nordestino é trilho inusitado que valoriza a música composta por Samuel com Rodrigo Leão para a trilha sonora da aclamada série Cangaço novo. A pegada soul de Tudo agora (Samuel Rosa e Rodrigo Leão) – originalmente um reggae – é outro diferencial de Rosa. Talvez tenha faltado, no geral, o olhar externo de um produtor musical dissociado da história do Skank.

Conjecturas à parte, o fato é que a ótima banda do álbum é formada por Alexandre Mourão (contrabaixo), Doca Rolim (violão e guitarra), Marcelo Dai (bateria e percussão), Pedro Aristides (trombone), Pedro Kremer (teclados), Pedro Mota (trompete) e Vinícius Augusto (saxofone), além de Daniel Guedes, que toca percussão na já citada Me dê você, em Bela amiga (Samuel Rosa e Carlos Rennó) – canção com menor poder de sedução no conjunto da obra – e em Flores da rua.

Parceria de Samuel com João Ferreira, Flores da rua tem refrão aliciante que faz a música crescer no palco – a ponto de Flores da rua ter se imposto como o petardo mais certeiro do roteiro do show apresentado por Samuel para convidados no espaço paulistano Rockambole na quarta-feira passada, 26 de junho.

No show, assim como no disco, Aquela hora (Samuel Rosa e Rodrigo Leão) flagra o artista no universo do indie-pop-rock enquanto a canção Rio dentro do mar (Samuel Rosa) – única música composta antes do processo de criação do repertório do disco Rosa – reitera a vocação do compositor para gerar belas baladas. Não por acaso, o álbum termina com balada apaixonada, Palma da mão (Samuel Rosa).

Enfim solo, sem o nome do Skank, Samuel apresenta no álbum Rosa alguns trunfos que, se bem usados, poderão manter o vasto público da banda na palma da mão do cantor.


Samuel Rosa apresenta dez músicas inéditas e autorais no álbum 'Rosa' — Foto: Lorena Dini / Divulgação